» » » Mulher pode ser pastora sim. Porque não?!

Deixo claro aos amados irmãos e pastores em geral, que não sou contra aos regulamentos que cada denominação possui. Tenho inúmeros amigos pastores das mais diversas igrejas, e respeito cada ponto de vista. O objetivo deste artigo é esclarecer, quando há, por parte de alguns, a condenação aos outros que tem o mesmo direito de expressar a sua fé, tendo em sua congregação uma mulher pastora como líder! Portanto, o meu intuito não é que todas as igrejas tenham mulheres pastoras, mas que também não se condene as igrejas em que as mulheres exercem seus ministérios!

Uma das passagens bíblicas mais utilizadas para se condenar o ministério pastoral feminino é quando Paulo alerta aos Coríntios:

"As mulheres estejam caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar". (1º Coríntios 14:34)

Ora, se formos seguir a risca este versículo, então está errado a mulher testemunhar no microfone da igreja, numa oportunidade, não é mesmo?! Afinal, ela deve ficar calada, e não lhes é permitido falar! Então porque as mulheres podem cantar, testemunhar, mas não podem ser pastoras??? Complicado, não?! Então vamos as explicações.

Esta passagem existe por razões das mulheres daquela época fazerem perguntas que constrangiam os irmãos. Não existiam caixas de som, microfone, etc. As reuniões, como nos mostra o livro de Atos, faziam-se perguntas, principalmente de assuntos íntimos, e por isso, nesta mesma passagem, logo no versículo abaixo, Paulo explica:

"E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos, porque é indecente que as mulheres falem na igreja". (1º Coríntios 14:35)

Ora, porque seria indecente ouvir uma mulher falar?? Por acaso o Senhor Jesus não conversou com uma mulher samaritana? Então é razoável concluir, diante do que Paulo afirma, em "aprender alguma coisa", que não era somente o fato das mulheres apenas falarem na igreja, mas porque elas questionavam assuntos, que, de certo modo, era interpretado como indecência. 

Se alguns ainda insistem em afirmar que as mulheres não podem sequer "falar", Joel 2:28,29 confronta esta linha de pensamento, quando afirma:

"E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas FILHAS profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as SERVAS, naqueles dias, derramarei o meu Espírito".

Ora, como uma pessoa que não pode nem falar irá profetizar, como afirma a promessa de Joel?!

Vejamos, na Bíblia, as funções de algumas mulheres:

"Havia em Jope uma discípula por nome Tabita, que traduzido quer dizer Dorcas, a qual estava cheia de boas obras e esmolas que fazia". (Atos 9:36)

"Eu recomendo a vocês a nossa irmã Febe, que é diaconisa da igreja de Cencréia". (Rm 16.1,2)

A mulher sempre pregou 
até no Antigo Testamento:

Miriã era profetisa. (Êxodo 15:20)

Hulda era profetisa. (2º Reis 22:14)

Débora era profetisa: "Ora, Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo". (Juízes 4:4)

Veja: Uma mulher julgava a ISRAEL.

Então a mulher pode ser missionária, pode ser pregadora, cantora, pode ser tudo na igreja, menos pastora?! Ora, se no Antigo Testamento, no qual o sistema era muito mais rígido, era permitido à mulher ser profetisa (ser profeta ou profetisa não era para qualquer um), por que o pastorado a elas seria inalcançável na Nova Aliança? Ou seja, o pensamento de uma mulher não poder ser pastora hoje é totalmente incoerente.

Alguns ainda condenam o pastorado feminino baseando-se apenas em um versículo, vejamos:

"Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar...Da mesma sorte, quanto as mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo". (1º Tim. 3:2,11)

Primeiro: Paulo aqui se refere a fidelidade no matrimônio. Releia o versículo. "Esposo de uma só mulher". (Destacado em negrito no texto). Basta raciocinar um pouco. Paulo não afirma "casado com uma mulher", mas casado com "uma só" mulher.

Segundo: O termo "da mesma sorte" (destacado acima em vermelho) significa que ele não mudou de assunto. Paulo incluiu as mulheres na hora de citar as premissas para o diaconato e o episcopado!

O fato de serem diferentes (no sexo) não significa que "não podem" exercer as mesmas funções masculinas. Vemos, por exemplo, centenas de policiais mulheres que exercem muito bem o seu papel. (E detalhe: A Bíblia diz: "Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores, porque não há autoridade que não venha de Deus, e as autoridades que há foram ordenadas por Deus". - Romanos 13:1 - Devemos estar sujeitos as mulheres policiais, pois elas são autoridade, não?!). Nos dias de hoje vemos mulheres delegadas, juízas, etc. E aí? Você é um rebelde e insubmisso a estas autoridades, desobedecendo à Palavra de Deus?!

As mulheres pastoras tem feito a obra de Deus de forma louvável, e em alguns casos, até com mais responsabilidade que alguns homens pastores. Já viajei por este Brasil pregando a Palavra de Deus, e as igrejas de pastoras por onde passei, percebi mais sinceridade, mais temor a Deus, a obra sendo feita com mais humildade. Em muitas igrejas de pastores (homens), há muita inveja, disputa de cargos ministeriais, malícias, etc. Não são todas, mas muitas. E você, amado leitor(a), sabe disso, diga-se de passagem.

Vejamos o exemplo da mulher pecadora (Lucas 7:36-50), que lavou os pés do nosso Mestre com as lágrimas. Jesus vê naquela mulher o que ele não viu em Pedro e em nenhum outro ali.

"Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés, mas esta regou-me os pés com lágrimas...Não me deste o ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés..." (vs. 44,45)

A bíblia nos ensina sobre as normas da obra e da Casa de Deus? Sim, claro. Mas elas não podem ser encaradas como regra moral coletiva. Na leitura das Sagradas Escrituras, devemos ter o cuidado em observar a cultura da época em que foi escrita. Do contrário teríamos que usar túnicas, alparcas, etc. Por exemplo, a Palavra de Deus nos adverte: "A ninguém na terra chameis de pai, porque só um é o vosso Pai, aquele que está nos céus". (Mateus 23:9)

E você? Chama o seu pai carnal de "pai"?? Está desobedecendo as Escrituras, não?! Mas aí virão inúmeras explicações que este "pai" se refere a um "pai espiritual", etc. Mas a bíblia não deixa claro se é espiritual ou não. E é enfática: "A ninguém na terra chameis de pai..." Mas as explicações existem!

Explicando: observe que os versículos de 5 à 12 de Mateus 23 se dirige ao tratamento a líderes espirituais, que queriam títulos que somente podem ser dados a Deus. Veja o modo como é escrito: "A ninguém na terra chameis de pai..."

Ora, se fosse para não chamar de "pai" o pai carnal, biológico, seria mais fácil o Senhor ordenar não chamar de pai o nosso chefe de família, não? Afinal, não vivemos chamando a qualquer um de "pai", exceto ao nosso ente querido familiar que recebe este título. E se o pecado fosse chamar de "pai" um membro da família, o Senhor também falaria algo do título de "mãe", que recebe a mesma estima dos filhos. Então está claro que estes "pais", que Jesus se referia, era devido ao problema do "endeusamento" de líderes.

Em João 8, a "mulher adúltera", presa no "flagrante adultério", deveria, segundo a lei, ser morta a pedradas. Está em Levíticos e Deuteronômio a lei ordenando apedrejar mulheres adúlteras. Mas Jesus, não só censurou os que queriam apedrejá-la, como ele também não a apedrejou. Jesus não desobedeceu a lei, mas Nele se cumpriu a lei. ("O fim da lei é Cristo". Romanos 10:4) Dali em diante Jesus mostrava aos homens não somente o que "estava escrito", pois isso eles sabiam muito bem, mas o porquê de estar escrito.

Fato notório em muitas igrejas, é que vários irmãos já testemunharam: "-Fulano estava afastado da igreja, entrou num bar, e Deus usou um bêbado para falar com ele, ordenando o seu retorno aos caminhos do Senhor, e ele voltou!". E Deus não pode usar uma mulher em Sua obra, se ela se dispor?! É óbvio que um bêbado está longe de um cargo pastoral, mas este testemunho é relatado com frequência no meio evangélico, seguido de "glórias" e "aleluias".

E se acompanharmos este raciocínio, (em que a explicação é a urgência de Deus usar alguém), se dentro de Sua vontade permissiva, um bêbado serve como canal de uma mensagem, um aviso, um despertamento, então uma mulher, que deseja ser pastora, não se enquadra nos requisitos para ser um canal de bênçãos?

Em um poço de água, Jesus dirige-se a uma mulher samaritana e confessa a procura do Pai por adoradores que O adorem "em espírito e em verdade". (João 4:23). Porque Jesus diria isso justamente a uma mulher? Aqui o mestre deixa uma mensagem: Quer ser adorador, líder, pastor, em espírito e em verdade? A porta está aberta!!! E o complemento deste convite vem com Paulo:

"Nisto não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, porque todos vós sois um em Cristo Jesus". (Gálatas 3:28)


ADD Pr Denis - CLIQUE AQUI
Denis de Oliveira é pastor da Assembleia 
de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.


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